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Convento

Convento de Santo António de Charnais

O Convento de Santo António de Charnais foi fundado pelos Frades Franciscanos no século XVII e nele está integrada a Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana. Estes edifícios possuem um dos mais valiosos conjuntos de azulejaria do concelho de Alenquer. A Igreja, com acesso por uma galilé abobadada, tem uma única nave.

O tecto é em abóbada de berço que, na Capela-Mor ainda apresenta restos de pintura a fresco. As paredes interiores estão ornamentadas com azulejos setecentistas que formam dezoito painéis recortados que ilustram histórias de milagres e outras cenas da vida mística dos Franciscanos.

Na parede do lado direito está implantado um púlpito, obra em talha do século XVIII em cores azul e ouro, tal como os dois altares colaterais. Desse mesmo lado estão os três confessionários dos Frades, abertos, sem porta e forrados também no seu interior com azulejo de desenho muito simples dos fins do sec. XVIII. O altar-mor é igualmente em talha setecentista em cores verde e ouro, com colunas caneladas.

Pelo lado direito da já referida galilé e passando através da portaria revestida de azulejo, temos acesso às dependências do convento, em cujos tectos ainda são visíveis pinturas a fresco. Um pouco por todo o edifício conventual é possível observar inúmeros azulejos de albarradas do sec. XVIII.

Cronologia
  • 1598 – fundação do convento de Santo António de Charnais de frades capuchos (ordem de São Francisco), mediante a necessária autorização do rei Filipe II, iniciando-se nesta data as obras;
  • 1602 – doação de 5000 cruzados para a edificação do convento pelo chanceler-mor do conselho del-rei D. Filipe, Damião d’Aguiar, pelo que os frades lhe concedem o padroado do convento, bem como a capela-mor da futura igreja conventual para local perpétuo de sua sepultura, de sua mulher e de seus descendentes;
  • 1606, 16 Abr. – lançamento da 1ª pedra da igreja conventual com cerimónia na qual prega Fr. Gaspar da Carnota;
  • 1656 – data de lápide sepulcral (de João Lopes Fernandes e de sua mulher Isabel de Barros) integrada no pavimento do presbitério da igreja; Séc. 18, início – campanha de ampliação da parte norte do complexo conventual com a construção do corredor, sacristia e pequena capela junto da portaria, cujo tecto ostenta o emblema heráldico do provável patrocinador da obra, D. João Rolim de Moura (da casa de Azambuja) e de sua esposa, D. Antónia Maurícia da Silva;
  • 1713 – doação, por D. João Rolim de Moura, dos ornamentos para a capela de São João Baptista da sacristia, bem como de numerosas obras para a livraria conventual;
  • 1714 – data nas folhas da porta da sacristia, a qual corresponderá provavelmente à conclusão das obras da campanha de ampliação;
  • 1760 – data inscrita na porta da igreja; Séc. 18, 2ª metade – campanha de enriquecimento artístco, responsável designadamente pelos elementos de talha pintada e dourada que se observam na igreja conventual, como o retábulo do altar-mor, os altares colaterais e o púlpito;

  • 1789 – data na porta da capela da Ordem Terceira de São Francisco;

  • 1834 – decreto liberal da expulsão das ordens religiosas de território nacional, determina o abandono do complexo conventual pelos frades capuchos;

  • 1838, 30 Jul. – carta de lei que determina a entrega do antigo convento à Santa Casa da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana (fundada em 1520), que aí instala um hospital;

  • 1860 – constituição da Irmandade da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana e elaboração do texto do seu 1º compromisso;

  • 1862, 13 Jan. – aprovação e confirmação por decreto (de D. Luís I e assinado pelo fiscal da Coroa, o marquês de Loulé) do 1º compromisso da Misericórdia de Aldeia Galega da Merceana;

  • 1933, 1 Nov. – instituída a distribuição gratuita de sopa às crianças pela Misericórdia de Aldeia Galega, por iniciativa da viscondessa da Merceana; 1980 – no antigo convento passa a funcionar um lar de terceira idade.